quarta-feira, 6 de março de 2013

Bayonetta - Game Review






  Desenvolvido pela sempre competente Patinum Games e distribuído pela Sega, Bayonetta é provavelmente o game de ação mais frenético e intenso desta geração.




  Faz tempo que eu queria jogar Bayonetta. O game arrecadou ótimas reviews pelo mundo na época do lançamento e levou até um raro (nem tanto, nos dias atuais) 40/40 da revista japonesa Famitsu. Anos depois, após comprar um PS3, pude colocar minhas mãos nessa pérola da Platinum Games.

  Bayonetta possui uma ótima história, sobre um clã de bruxas e um clã de sacerdotes que possuem uma rivalidade milenar, as Umbra Witches e os Lumen Sages. A protagonista é trazida de volta a vida depois de 500 anos para lutar contra os Lumen Sages que estão tramando alguma. Isso é a base, o começo. O que se desenrola a partir daí é até bastante complexo. Todas as entidades e forças envolvidas na história possuem backgrounds muito bem feitos, e é possível descobrir mais sobre eles em livros espalhados pelo game.

  Mas o que mais chama a atenção em Bayonetta, é a forma como a história é contada. É tudo absurdamente exagerado. As animações do game são tão exageradas que fazem Dante parecer um garotinho. Bayonetta dança, canta e conta piadinhas sarcásticas ENQUANTO atira, picota e faz as mais terríveis torturas com os inimigos.     

  Aliás, abrindo um adendo aqui, enquanto você pode pensar que Bayonetta é apenas uma personagem genérica com muito apelo sexual, como eu pensava antes de jogar o game, saiba que isso não é verdade. Trata-se de uma ótima personagem; carismática ao extremo (ainda mais depois de algumas informações que o jogo fornece sobre ela pra lá da metade do jogo), e até mesmo, profunda em comparação com outros games desse tipo. Os outros personagens do game também são muito legais, como o engraçado Luka, a adorável Cereza e a enigmática Jeanne.

  A trilha sonora do game é muito boa. Das músicas mais pesadas a versão de “Fly Me to the Moon” parecida com a de Evangelion, todas combinam com o tom exagerado do game, e algumas são realmente muito boas (a minha favorita é a que toca na tela de seleção de capítulos). Também vale ressaltar que a dublagem é excelente, principalmente a da própria Bayonetta.

  Continuando a falar dos exageros, nada pode lhe preparar para o que você vai ver em Bayonetta. Digamos que você acabou de enfrentar um chefe muito difícil, e você pensa “Ufa, acabou”. Anda-se dois passos, e o cenário inteiro explode, fazendo com que você tenha que correr... digamos... de uma onda gigante de lava, pelas paredes de um prédio, enquanto uma cidade inteira é destruída. Também pode acontecer de ter que enfrentar três, quatro chefes em sequência. É nesse nível. O tempo todo. As três últimas fases chegam a cansar, fisicamente, enquanto você joga. Isso é bom ou ruim? Aí depende. Uma das minhas únicas reclamações  vem disso. Eu gosto muito de lutar contra os inimigos comuns do game, já que eles possibilitam encaixar combo atrás de combo, que é o maior barato do jogo. Da metade pra frente, você luta com tantos chefes, um atrás do outro, que esse aspecto quase some. Felizmente, porém, a grande maioria dos chefes é incrível. Tem um inclusive, que ficará na minha memória gamer pra sempre.

  A segunda coisa (e última) que eu vou reclamar, vem da versão PS3 do game, ou seja, se você for jogar no Xbox 360 desconsidere este parágrafo. Trata-se dos problemas gráficos do game, como as texturas ruins, o screen-tearing terrível e o frame rate horroroso em algumas partes. A conversão do game para o console da Sony é tosca e mal feita. Não estraga a experiência de jogo, mas incomoda muito, principalmente no começo do game, em que você luta em cima de um relógio de torre em queda livre. Não é possível enxergar direito o que está acontecendo, e com certeza causa uma primeira impressão muito ruim. No entanto, depois de jogar um pouco você se acostuma, e todo o resto do jogo chega a fazer você esquecer esses problemas. Claro, isso tudo também não quer dizer que o game seja feio. Os modelos da maioria dos personagens são muito bons, e a criatividade dos cenários também compensam bastante os problemas. Vale ressaltar que o problema dos load times foi corrigido com uma atualização que permite instalar o game no HD do PS3.

  A partir de agora meu amigo, é só alegria. Vamos falar da jogabilidade. Bayonetta possui, simplesmente, o melhor sistema de um jogo de ação hack n’ slash que eu já joguei (e olha que joguei um bocado). A personagem possui ataques físicos e armas para atacar de longe, que ficam nas suas mãos e presas aos seus pés. Junte a isso a possibilidade de fazer dois conjuntos de equipamentos diferentes, que podem ser trocados durante o game sem pausar a ação e apenas com o toque de um botão. Com isso, é possível fazer combos gigantescos, talvez até infinitos dependendo da sua habilidade no controle. Existe também um botão para travar a mira e um para esquiva, que se acionado no momento certo, faz com que o tempo se mova devagar, dando aquele tempinho extra que você precisava para engatar aquele combo esperto que vai esmigalhar todo mundo na tela. Isso sem falar que todos os movimentos são fluidos e estilosos.

  O sistema de upgrades da personagem é GIGANTESCO. Existem novos movimentos e técnicas, upgrades de armas, roupas diferentes, acessórios que dão habilidades únicas e uma variedade de itens de recuperação de vida e da barra de magia, além de outros que aumentam seus atributos temporariamente. Há até um sistema de criação de itens bem simples, mas extremamente útil, que eu fui descobrir só no fim da primeira campanha. Isso aliás é algo a se ressaltar: Existem tantas possibilidades no game que enquanto o jogador vai aprendendo a se especializar em uma área da jogabilidade, nem mesmo percebe todo o resto do sistema, o que, além do fato de já ser um game bastante longo, traz um valor de replay absurdo pro game. A segunda vez é mais legal que a primeira, pois para ter acesso a todos os movimentos, armas e upgrades do jogo, é necessário jogar mais de uma vez. E assim que o jogador compreende todo o sistema, entende as possibilidades e começa a pensar em qual estratégia usar para cada inimigo, é inevitável a sensação de prazer e recompensa por cada etapa de uma fase passada sem levar dano, criando combos gigantescos ou mesmo na menor quantidade de tempo. O momento em que me senti melhor comigo mesmo, foi quando percebi que podia atacar inimigos que estavam do outro lado do cenário, com a espada, e não tomar dano nenhum.

O Veredito

Gostaria muito de dar uma nota máxima para este game. Mas se tratando da versão PS3, não é possível. Se um dia jogar no XBOX e ver os problemas gráficos resolvidos, talvez conceda um 10 redondinho. Definitivamente o sistema de jogo merece. O esmero com o qual foi construído não se vê todos os dias, é claramente um trabalho primoroso nesse sentido. Claro, existem algumas fases que não são tão legais, como a da moto e a do míssil (que vale pela incrível trilha sonora e jogabilidade de Space Harrier), mas é uma falha ínfima quando comparada com tudo que esse game tem de bom. Se vir em uma loja, ou na internet, compre. Mesmo a versão de PS3 ainda é um game genial e muito superior a pelo menos 90% dos games de ação disponíveis no mercado.


Bayonetta - PS3/Xbox 360 - Platinum Games / Sega

Gráficos: 7,5
Jogabilidade: 10,0
Som: 9,0
Replay: 10,0

GERAL: 9,5

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